Mensagem para a Quaresma - 2019
Vamos viver esta Quaresma dentro do ano missionário proposto pela Conferência Episcopal Portuguesa para toda a Igreja em Portugal; e preparando o Outubro Missionário/2019 declarado pelo Papa Francisco.
Ora, todos sabemos que a Quaresma é sempre um tempo especial para as comunidades e seus fiéis procurarem ir ao mais fundo da sua identidade, que é serem discípulos de Cristo e, portanto missionários. E não nos referimos apenas aos que, um dia, deixaram as suas terras – e temos disso muitos e bons exemplos na nossa Diocese – geralmente ligados a algum Instituto Missionário e partiram em missão “ad gentes”. De facto, a responsabilidade de sair em missão ao encontro de todos sem excluir ninguém para anunciar a Boa Nova de Cristo é de todos os baptizados.
Como lembra a carta pastoral da CEP, datada de 2010, “Como eu fiz, fazei vós também”, a Europa é terreno de missão “ad gentes”. Por isso, não nos basta conservar as comunidades já existentes como estão. É necessário, mesmo inadiável, levantar-se e partir em missão (cf. Nº11). E para cumprir este mandato de Cristo, cada um dos Seus discípulos tem de saber assumir o caminho de que Ele próprio nos deu o exemplo, a saber: caminho de pobreza, de obediência, de serviço e de imolação até à morte.
Seguindo este Seu caminho, saberemos vencer as tentações de nos limitarmos ao que ainda julgamos ter de seguro nas nossas comunidades e tradições de Fé, pois isso seria morrer a prazo (cf. Nº23).
Queremos, nesta Quaresma assumir, com o máximo empenho, as seguintes propostas que o Papa Francisco faz para o Outubro Missionário/2019, como são apresentadas na Nota Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa “Todos, tudo e sempre em missão” de 2018, nº 7:
1. Aprofundar o nosso encontro vivo e pessoal com Cristo, única fonte do verdadeiro dinamismo missionário;
2. Reforçar o nosso testemunho de Fé, inspirados nos modelos de santidade e de martírio que a Igreja nos propõe;
3. Relançar o nosso entusiasmo pela formação em matérias decisivas para a vivência e transmissão da Fé, como são a catequese, a Bíblia, a espiritualidade e mesmo as matérias propriamente teológicas;
4. Assumir a recomendação que nos é feita de praticarmos a caridade missionária, com renúncias a favor da ajuda material para os trabalhos da evangelização, quer nas Igreja novas quer nas de mais antiga tradição.
Ora, em resposta sobretudo a esta última recomendação que o Papa Francisco nos faz, a nossa renúncia quaresmal é dirigida, este ano, para iniciativas de formação missionária, sendo metade destinada aos nossos organismos diocesanos de evangelização e outra metade para apoiar várias iniciativas de missão “ad gentes” que nos estão a solicitar apoios.
Para vivermos esta Quaresma verdadeiramente empenhados no reforço da nossa responsabilidade missionária, pede-se a todos os sacerdotes, diáconos e outros agentes pastorais que tomem como fonte de inspiração das suas várias iniciativas quaresmais os dois documentos da Conferência Episcopal Portuguesa referidos, a saber: “Como eu fiz, fazei vós também” (2010) e “Todos, tudo e sempre em missão” (2018).
Pede-se ainda a cada arciprestado que organize o seu retiro ou recolecção de pelo menos um dia, durante esta Quaresma, devidamente anunciado, quanto possível sobre a nossa responsabilidade missionária.
O Bispo Diocesano também está disponível para tomar parte em iniciativas destas combinando com os respectivo arcipreste.
A Maria, Mãe da Igreja e Rainha das missões, pedimos que nos ensine e ajude a tornar a Igreja toda missionária e a fazer de cada paróquia, que é a Igreja a residir no meio das casas de seus filhos e filhas, uma casa aberta e feliz, verdadeiro átrio da fraternidade.
Guarda, 24.2.2019
+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda