Advento, tempo de mudança

Advento, tempo de mudança

Advento, tempo de mudança

 

O Advento celebra a vinda de Jesus enviado pelo Pai como nosso Salvador.

Deus, na Pessoa de Jesus, Seu Filho Unigénito, vem novamente para entrar em nós, encher-nos de bondade e alegria e ajudar-nos a encarar a vida de modo novo. Faz-nos humildes como Ele e próximos uns dos outros, com a obrigação de darmos sempre lugar privilegiado àqueles com os quais Ele preferencialmente se identifica – os pobres e os das periferias.

Como o Papa Francisco lembrava no dia mundial dos pobres, há pouco celebrado, o Deus que agora nos visita confunde-se com os mais pequeninos e neles continua a falar-nos e a pedir a nossa atenção. Ele vem para cuidar de cada um de nós, pedindo-nos para cuidarmos uns dos outros. Também por isso, a nossa súplica, neste Tempo, não pode ser, em primeiro lugar, para que Deus venha mudar as situações que nos afligem, mas prioritariamente para mudar os nossos corações. Dessa mudança dependem as outras mudanças, incluindo as do mundo da saúde, que a todos nos está a preocupar tanto, por causa desta pandemia.

Precisamos de pessoas renovadas, porque só assim podemos caminhar para o desejado mundo novo.

Deixemo-nos conduzir, ao longo destas quatro semanas de Advento, pela luz e pela força da Palavra de Deus e sentiremos, de novo, a alegria e o conforto que cada Natal nos traz, independentemente das formas mais ou menos efusivas com que o pudermos celebrar.

Particularmente nas assembleias do Domingo, mas também em outros momentos, como podem ser novenas da Imaculada ou do Natal, este ano necessariamente condicionadas pela pandemia, a Palavra de Deus encaminha-nos para essa fonte do Mistério onde está a força capaz de nos transformar e transformar o nosso mundo.

A isso também pretende ajudar a dinâmica proposta à nossa Diocese para valorizar sobretudo as assembleias dominicais e voltada para o fortalecimento da esperança.

Ao falarmos na vinda de Jesus que o Advento nos recorda, sabemos que essa vinda se deu há dois mil anos, no Presépio de Belém, mas dar-se-á novamente no fim dos tempos, quando a história for levada ao seu termo. Também sabemos que ela se multiplica nas muitas situações em que o mesmo Jesus, Vivo e Ressuscitado, nos visita para estar connosco e nos orientar e fortalecer na caminhada da vida.

Particularmente neste tempo do Advento as pessoas sentem natural necessidade de procurar quem as atenda para lhes proporcionar as orientações ajustadas às suas situações de vida e a reconciliação. Os sacerdotes continuarão a ter isso em atenção, certamente que sempre no respeito por todas as medidas de protecção da saúde própria e dos outros.

Que Maria Santíssima, a grande figura do Advento, nos acompanhe nesta caminhada rumo ao Natal, com o seu manto protector de Mãe.

 

27.11.2020

 

+Manuel R. Felício, Bispo da Guarda