
Despedimo-nos do Papa Bento XVI
Depois de 8 anos de Pontificado, na Cadeira de S. Pedro e depois de quase dez na situação de emérito, faleceu ontem (31 de Dezembro) o Papa Bento XVI.
Podemos dizer que foi um Papa de relação simples, mas nobre e de pensamento profundo.
Foi, de facto, um pensador, como professor de Teologia e nas muitas obras que publicou. Foi-o igualmente durantes os muitos anos de Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e, depois de eleito Papa, no exercício do Ministério que lhe ficou confiado, incluindo com a obra sobre Jesus de Nazaré, que publicou em dois volumes.
Foi o último Papa que participou directamente nos trabalhos do Concílio Vaticano II, não como Padre Conciliar mas como perito.
Foi, sem dúvida, o Homem da inteira confiança do Papa S. João Paulo II, a quem sucedeu.
Ficará na história com o Papa que teve a coragem de interromper uma tradição secular, quando pediu a resignação, em 2013. Certamente que o fez com a elevada clarividência que sempre o caracterizou, conhecendo como ninguém tanto a vida interna da Igreja como os novos desafios que o mundo lhe estava a colocar.
Perguntaram-me ontem o que mais regista a minha memória do Papa Bento XVI. E eu recordei a audiência de 20 minutos que me concedeu, na visita “ad limina” dos bispos portugueses, em 2007. Com o mapa à frente, dialogámos sobre vários aspectos da vida da nossa Diocese e ele quis saber o pormenor do comprimento que tem a fronteira que nos separa da vizinha Espanha.
Que o Senhor o recompense do muito bem que distribuiu pela Igreja e pelo mundo.
1 de Janeiro de 2023
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda