As Jornadas Diocesanas de Pastoral que decorreram no dia 22 de Setembro, no Seminário da Guarda, juntaram cerca de duzentos participantes, a grande maioria dos quais leigos.
As leituras críticas, sobre a carta pastoral “Guiados pelo Espírito, Igreja em renovação”, realçaram a insistência em palavras como “cuidar”, “renovar”, “responsabilidade” e concordaram que não se pode manter o “sempre se fez assim”, bem como na necessidade de planos elaborados, sem pretender fazer muitas coisas ao mesmo tempo.
“No geral considero que foi bastante positivo, e que foi possível perceber melhor o conteúdo da carta, assim como ficou perceptível que cada um a lê ou pode ler numa perspectiva pessoal ou particular”, disse ao Jornal A GUARDA, o Padre Jorge Castela, Coordenador Diocesano da Pastoral. Acrescentou que a carta pastoral “deixa muitas orientações que podem ser oportunas na nossa Igreja Diocesana”.
Na análise à carta pastoral de D. Manuel Felício, o casal Marisa e Pedro de Almeida salientou algumas questões relacionadas com a família, em especial a proposta de “assembleias de família a fazer oração”. Consideram, no entanto, que a carta pode tornar-se demasiado teórica, se não for levada à prática com acções concretas.
O jovem Tiago Saraiva Gomes falou sobretudo da perspectiva dos jovens e do que eles podem fazer assim como o testemunho que se lhes pode dar.
A Irmã Deolinda Serralheiro apresentou uma análise muito ponderada da carta, propondo que, a partir dela, se crie um plano pastoral com 5 etapas, onde a mais importante seria a aposta na transformação missionária da Igreja Diocesana.
O Padre Joaquim António Duarte salientou que a carta era o resultado de um trabalho que vem a ser pensado desde 2013, e que lhe falta uma maior fundamentação, sobretudo com base no Concílio Vaticano II. Falou da urgência em ultrapassar o clericalismo e fazer da Igreja uma verdade comunhão.
D. Manuel Felício manifestou o desejo de reler e reflectir a carta pastoral junto dos sacerdotes e seus cooperadores, na segunda metade deste ano pastoral. De momento, o Bispo da Guarda vai dedicar a sua atenção à Catequese de Infância e Adolescência.
“Como Coordenador da pastoral, sinto que estas jornadas constituem um arranque de algo que pode fazer a diferença na diocese, pelo menos como motivação da renovação necessária e urgente” disse o padre Jorge Castela ao Jornal A Guarda. E acrescentou: “Estamos num período diocesano de reflexão do qual podem surgir algumas propostas excelentes de caminho e itinerário de evangelização para a nossa diocese, assim como renovação de estruturas e modos pastorais de acção”.