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Apresentação do Ano Pastoral 2025/2026

Oito anos depois da Assembleia Diocesana de 2017 e seis anos após o trabalho da Comissão Diocesana para a Reorganização da Diocese, apresentado em 2019;

Um ano depois do processo sinodal em torno do Sínodo dos Bispos sobre a sinodalidade e do seu documento final agora em fase de implementação;

Seis meses depois da chegada de um novo Bispo à nossa Diocese e após os seus primeiros passos na escuta e conhecimento da realidade;

Em pleno caminho lançado pelo Papa Francisco para uma renovação missionária da pastoral e uma participação mais efectiva de todos, nas diferentes condições e vocações, no modo de ser Igreja e assumir a missão;

Ao iniciarmos um novo Ano Pastoral, importa apresentar os principais traços que o marcarão.

Queremos fazer um Ano de escuta e discernimento, aplicando o método da “conversação no Espírito”, em ordem a identificarmos a Igreja que somos hoje, as suas forças e qualidades, as implementações que surtiram efeito, as suas fraquezas e bloqueios, os desafios que se levantam e as mudanças que ainda urgem fazer.

Para isso iremos reunir grupos e assembleias sinodais ao longo do ano, a diferentes níveis de pertença e vivência eclesial.

Desde agora até final de novembro, é a fase de mobilização dos principais agentes de pastoral (sacerdotes, diáconos, religiosos, leigos responsáveis de grupos, movimentos, associações e comissões) para identificarmos que grupos sinodais de proximidade se podem constituir (paroquiais, de várias paróquias, comunidades religiosas, Serviços diocesanos, movimentos, outros grupos de cristãos) e selecionarmos os que poderão vir a ser os animadores ou facilitadores do funcionamento de tais grupos sinodais.

No dia 30 de novembro, realizar-se-á uma vigília de oração dirigida a toda a diocese e especialmente a estes facilitadores para lançar o caminho anual e a etapa de reuniões dos grupos de proximidade.

Entre dezembro e fevereiro, com alguns subsídios preparados para facilitar a dinâmica de funcionamento dos grupos, cada um destes realizará alguns encontros assim ordenados:

Se possível, um 1º para uma leitura da Igreja diocesana que somos, seja nos aspectos positivos, seja nos negativos.

Um 2º para a identificação de propostas e concretizações para sermos uma Igreja sinodal e corresponsável, nos âmbitos da comunhão, do governo e organização (pastoral, territorial e administrativa), e da formação.

Um 3º para a identificação de propostas e concretizações para sermos uma Igreja evangelizadora e missionária nos âmbitos da evangelização, da pastoral sacramental e litúrgica, e da pastoral sócio-caritativa. Se algum destes precisar de ser desdobrado, fica ao critério de cada grupo.

O mês de março será para recolha dos resultados do trabalho dos grupos de proximidade e preparação do documento de trabalho das assembleias diocesanas.

Entre abril e maio realizar-se-ão duas assembleias diocesanas:

A 1ª assembleia diocesana, em 18 de abril, sob o tema “Para uma Igreja sinodal e corresponsável”.

A 2ª assembleia diocesana, em 16 de maio, sob o tema “Para uma Igreja evangelizadora e missionária”.

Também em maio, realizar-se-á uma iniciativa que se pretende anual. Denominar-se-á ADRO – Assembleia Diocesana “Reunir e Ouvir”, e consistirá numa assembleia aberta a pessoas e instituições da Igreja, e da Sociedade, que habitualmente não estão presentes nas instâncias de consulta ou sentem que não têm oportunidade de fazer ouvir a sua voz. Esta primeira será subordinada aos desafios mais prementes para a Diocese da Guarda.

Em setembro de 2026, com o trabalho recolhido nas referidas três assembleias diocesanas, realizar-se uma celebração final deste processo, com uma última assembleia diocesana que aprovará um documento com a priorização das propostas a implementar, e que virão a integrar o futuro Plano Pastoral Diocesano que será então elaborado.

Com este itinerário sinodal em ordem a discernir que Igreja diocesana Deus nos chama a ser, traduziremos também os desafios de implementação do documento final do Sínodo dos Bispos e recolheremos o nosso contributo diocesano a enviar depois à Igreja universal.

Entretanto, há também desafios já identificados e respostas já iniciadas que também terão a sua atenção. Enumero cinco:

  1. Cultivo da Espiritualidade na vida de todos, leigos, consagrados e clero. Só o estar habitualmente envolvido pela presença de Deus permite ter critérios, condutas e relações evangelizados na hora de se decidir a agir e não apenas a reagir à emoção, à ofensa, à ferida, ao apego.
  2. Cuidado da Liturgia da Reforma do Concílio Vaticano II, sem ligeireza, nem formalismo, nem paganismo. Só assembleias litúrgicas, especialmente as eucarísticas dominicais, humana e espiritualmente densas, são capazes de conduzir ao encontro com Jesus, Ele mesmo, e não com ideias ou caricaturas que fazemos de Deus, do sagrado e do religioso. Temos missas a mais e missa de menos; e isso tem desgastado os ministros e criado tensões com as comunidades.
  3. Conversão das relações no horizonte da fraternidade e igual dignidade de todos. Só a interiorização do outro como irmão amado do Pai comum permite superar a violência latente e patente nas polarizações, facções, oposições, invejas, suspeições, excessos, rupturas e guerras, na sociedade e nas comunidades cristãs. Também só ela permite o empenhamento real na atenção aos mais pobres e vulneráveis, e na promoção da justiça, de ambientes sempre mais capazes de protecção e cuidado, e da cidadania política no sentido mais lato.
  4. Conversão dos processos e estruturas e participação alargada com sentido de Igreja. Só o dinamismo de cooperação orgânica permite superar lógicas de grupos e dialéticas de poder para construir a comunhão em Igreja. A missão precisa de todos e não só de alguns. O Bispo não decide sozinho mas com uma Cúria eficiente e Conselhos regulares. O Pároco é o pastor próprio e único representante legal da paróquia e de todas as realidades por ela tuteladas, mas os leigos participam corresponsavelmente com ele na gestação das decisões e na execução e gestão da vida pastoral e administrativa. A administração diocesana é para as realidades locais orientação e cooperação na missão e, simultaneamente, deve ser objecto do seu cuidado. A missão dos leigos abrange mais do que a sua realidade imediata e alarga-se à diocese e ao mundo.
  5. Cuidado das vocações no aprofundamento de uma fé, ela mesma, vocacional. Só uma iniciação cristã para uma fé teologal, de inserção na vida divina e na lógica da escuta e resposta à iniciativa de Deus, pode faze passar da religiosidade natural à vida segundo o evangelho. Temos de aprender a ouvir e responder.

Temos de olhar para o nosso Seminário, agora com estatutos mas sem dimensão para funcionar e distante do coração das comunidades. Temos de nos mobilizar com o nosso Pré-Seminário, numa fase de renovação.

Temos de olhar para as vocações femininas e de consagração ao serviço da Diocese, à maneira de S. Madalena e S. Febe, entregues ao serviço de Cristo e das comunidades.

Temos de olhar para o perfil dos candidatos ao diaconado permanente, para o serviço da caridade e da administração, e não de substituição dos padres.

Temos de acompanhar os namorados, os noivos, os recém-casados, os casais, as famílias, os que estão em crise, os que se separaram, os que refizeram uniões, os viúvos e sós.

Temos de olhar para a nossa Liga dos Servos de Jesus, nos seus ramos interno e externo, e encontrar os modos de fidelidade ao carisma nos tempos de hoje.

Temos de cuidar do nosso Guard’África, em processo de reactivação, preparando jovens para experiências missionárias na nossa casa na Quilenda, Sumbe, Angola.

Estas e outras atenções, muitas delas que surgirão das assembleias e caminho sinodais que viveremos, ocupar-nos-ão no próximo ano e alimentarão o programa pastoral que elaboraremos para os anos posteriores.

Faça aqui o download do plano pastoral em formato PDF

Veja o video: