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Apresentado hoje, o Instrumento de trabalho para a IIª sessão do Sínodo dos Bispos

Hoje é apresentado em Roma o Instrumento de Trabalho para a segunda sessão da Assembelia Geral do Sínodo dos Bispos sobre a sinodaliadde, que se vai realizar no próximo mês de outubro.

O Instrumento de trabalho preparatório da 1ª sessão do mesmo Sínodo realizada em outubro passado foi dirigido a todo o Povo de Deus para identificar o melhor possível as questões que deviam ser tratadas. Foi trabalhado pelas comissões sinodais diocesanas, depois pelas conferências episcopais e de seguida a nível intercontinental, tendo em vista preparar os trabalhos do Sínodo.

O atual Instrumento de Trabalho é dirigido aos participantes da segunda sessão do mesmo Sínodo, sem prejuízo de, nas Dioceses, ser também aproveitado para retomar o percurso da experiência sinodal, quer pelas comissões sinodais diocesanas quer por outros grupos sinodais. 

Este Instrumento de Trabalho está estruturado em cinco seções, que são as seguintes: a Introdução, após a qual aparece uma seção dedicada aos Fundamentos da compreensão da sinodalidade, que integra muito do trabalho realizado na primeira Sessão. Seguem-se três Partes que pretendem iluminar a vida sinodal missionária da Igreja a partir de diferentes perspectivas, como são a perspectiva das Relações – com o Senhor, entre irmãos e irmãs e entre Igrejas; a perspectiva dos Percursos nos quais acontece  o dinamismo das relações; e  a perspectiva dos Lugares, que aponta para a dimensão concreta dos contextos nos quais as relações são vividas, com sua variedade, pluralidade e ligação; e cujas raízes se encontram na profissão de fé. 

Cada uma dessas Seções, na 2ª sessão do Sínodo,  será objeto de oração,

intercâmbio e discernimento e o mesmo se pede aos grupos sinodais que se dispõem a trabalhar os mesmos assuntos.

O Papa Francisco saudou a convergência que os membros da Assembleia

expressaram durante a Primeira Sessão em torno de uma série de questões relevantes relativas à vida e à missão da Igreja sobre as quais a Assembleia alcançou um consenso consistente. Para seu aprofundamento criou 10 grupos de trabalho “ad hoc”. Isto porque se trata de questões importantes, algumas das quais precisam de ser abordadas a nível de toda a Igreja e em colaboração com os Dicastérios da Cúria Romana. Esses grupos já devem ser considerados um fruto do caminho sinodal e são  constituídos por especialistas e bispos de diferentes partes do mundo, escolhidos tendo por base as suas competências e respeitando a variedade de origens geográficas, campos disciplinares, género e condição eclesial necessários para uma abordagem autenticamente sinodal. Está previsto que estes grupos concluam o seu trabalho até ao final de junho de 2025 para o entregar nas mãos do Sumo Pontífice.

Os temas propostos para estes grupos de estudo estão os seguintes:

  1. Alguns aspectos das relações entre as Igrejas católicas orientais e a Igreja. 2. A escuta do grito dos pobres. 3. A missão no ambiente digital. 4. A revisão da Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis numa perspetiva sinodal missionária. 5. Algumas questões teológicas e canónicas sobre formas ministeriais específicas. 6. A revisão, em perspectiva sinodal e missionária, dos documentos que regem as relações entre Bispos, Vida Consagrada e Agregações Eclesiais. 7. Alguns aspectos da figura e do ministério do Bispo (em particular: critérios para a seleção dos candidatos ao episcopado, função judicial do Bispo, natureza e realização das visitas “ad Limina Apostolorum”, numa perspetiva sinodal missionária. 8. O papel dos Representantes Pontifícios numa perspetiva sinodal missionária. 9. Critérios teológicos e metodologias sinodais para um discernimento partilhado de questões doutrinais, pastorais e éticas controversas. 10. A recepção dos frutos do caminho ecuménico nas práticas eclesiais.

Acompanhemos, com a nossa oração e reflexão, todo este processo sinodal e também com vontade de o aplicarmos, quanto possível, nas nossas atividades pastorais

9.7.2024

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda