Hoje, dia 2 de junho, no seguimento da celebração do Domingo da Ascensão do Senhor, a Diocese da Guarda assinalou o 59.º Dia Mundial das Comunicações Sociais com um encontro singular e informal entre o Bispo da Guarda, D. José Pereira, e os profissionais da comunicação social da região.
Num ambiente descontraído, à mesa de um café na esplanada de uma artéria central da cidade da Guarda, decorreu uma conversa espontânea que se estendeu por mais de uma hora e meia. Este momento de proximidade teve como objetivo reforçar os laços entre a Diocese e os comunicadores que, diariamente, dão voz ao que acontece na região.
O encontro inscreve-se também no contexto do Ano Jubilar de 2025 – “Peregrinos da Esperança” – e foi inspirado na última mensagem do Papa Francisco para este Dia Mundial, deixada antes da sua partida e da eleição do Papa Leão XIV: “Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” (cf. 1Pd 3,15-16).
Durante a conversa, D. José Pereira partilhou a sua primeira impressão da Diocese, sublinhando que, apesar do território muitas vezes ser caracterizado como envelhecido, encontrou aqui sinais de vida e esperança em todas as gerações. “A realidade está cá toda, apenas numa escala diferente. Há crianças, jovens e adultos. Sem dramatismos, façamos o melhor caminho possível”, afirmou.
O Bispo reconheceu as distâncias como um dos desafios da região, notando com humor que “30 ou 40 minutos aqui é muito longe, enquanto em Lisboa meia hora é já ali”. No entanto, sublinhou que esta realidade mais próxima e menos anónima lhe tem sido positiva: “Apesar de sempre ter vivido em, ou ligado a Lisboa, não me desagrada esta vivência, onde as relações são mais próximas. O anonimato da cidade grande é algo também muito difícil de alimentar com a esperança ”.
Aos jornalistas, agradeceu o trabalho que realizam, felicitando-os pelo serviço público que prestam ao potenciar o que de bom se faz localmente. Reafirmou o papel essencial da comunicação social como meio de evangelização e garantiu total disponibilidade por parte do Gabinete de Comunicação da Diocese e do Gabinete Episcopal de Comunicação e Relações Públicas para uma colaboração próxima e eficaz.
Foram ainda debatidos temas como a crise no jornalismo, os perigos da desinformação e a importância de promover a literacia mediática. “Não podemos colocar tudo no mesmo saco. Há jornalismo sério e comprometido. Mas também há vezes em que se repete simplesmente o que vem das agências, sem discernimento”, alertou o Prelado.
D. José Pereira defendeu uma comunicação assente na verdade, na escuta e na construção de pontes: “Não podemos ceder à tentação de discursos de ódio ou populismos. O desafio é crescer na fraternidade global e aprender que o outro, mesmo adversário, é sempre meu irmão”.
O encontro terminou em dialogo aberto sobre diversos assuntos como a questão da gestão e divulgação do Património Diocesano, a necessidade de políticas de discriminação positiva para o interior, nomeadamente em questões energéticas e até se falou dos acessos à Serra da Estrela.
Desejou-se que, em espírito sinodal, sejamos capazes de caminhar em comunhão e fortalecer o diálogo entre Igreja e comunicação social, numa missão comum de testemunho e esperança.