Ordenação e início da atividade episcopal do Bispo da Guarda D. José Miguel, em 16.3.2025
Na qualidade de Administrador Apostólico, saúdo o novo Bispo da Guarda, dou-lhe as boas vindas e expresso o verdadeiro regozijo da porção do povo de Deus que peregrina nesta Diocese; regozijo que se foi naturalmente manifestando das mais variadas formas, ao longo dos quase três meses (faltam apenas 4 dias para se completarem), desde que foi publicada a sua nomeação.
E esta é, sem dúvida, uma hora de justificada alegria, porque recebemos o novo Pastor, que vem para o ser segundo o coração de Cristo. Sentimos, desde já, que ele é o enviado do Senhor para o meio de nós, que vem para fazer caminhada sinodal com esta Diocese, dando, assim, cumprimento às orientações do último Sínodo sobre a sinodalidade.
Também sabemos que vem com o propósito de conhecer e interpretar da melhor maneira a história mais que milenar desta Igreja Diocesana que, antes de estar sediada na cidade da Guarda, o esteve na Egitânea e, por isso, ainda hoje, dá pelo nome de Diocese Egitaniense.
Como seu 63º Bispo, D. José vem para dar a devida atenção às lições da história, mas sobretudo para rasgar os caminhos do futuro com e para este bom povo beirão. Mais uma vez, em nome da Diocese que se veste de festa para o receber, “seja bem vindo, Sr. D. José, Excelência Reverendíssima”.
Alegramo-nos com a participação nesta celebração festiva de tantas pessoas e instituições: as que vêm de fora para se associarem á nossa natural alegria e que partilham connosco o entusiasmo do momento; mas também as pessoas e instituições da terra, vindas dos mais variados espaços da Diocese, que ocupa território de dois Distritos. Queremos afirmar ao novo Bispo que vimos para lhe dizer que estamos com ele e que ele pode contar connosco.
Saúdo, por isso, em nome da Diocese da Guarda, os Sr.s Cardeais Manuel Clemente e Américo Aguiar, eminências. Saúdo sua eminência o Sr. Núncio Apostólico que aqui representa o Santo Padre e, por isso, pedimos que lhe faça chegar os nossos sentimentos filiais de comunhão na Fé e de fidelidade às orientações da Igreja, enquanto fazemos oração especial pela sua saúde; saúdo sua Eminência o Sr. Patriarca D. Rui Valério, que preside a esta celebração como nosso Arcebispo Metropolitano e também suas ExceLências Reverendíssimas os Sr.s Arcebispos e Bispos Diocesanos, Auxiliares e Eméritos; dou as boas vindas a todos os sacerdotes concelebrantes, principalmente os dos Presbitérios da Guarda e do Patriarcado de Lisboa e aos Reverendos Diáconos.
Um especial reconhecimento nos merecem os familiares do Sr. D. José Miguel que o acompanham nesta hora de extraordinária importância para a sua pessoa, mas ainda mais para a Diocese que ele vem servir como seu Bispo.
E agora cumprimento as autoridades que responderam ao nosso convite, nomeadamente os Sr.s Presidentes de Câmara das 14 municípios nos quais se desenvolve a atividade pastoral da Diocese das Guarda, o Sr. Presidente da Assembleia Municipal da Guarda, Sr. Representante da CIMBSE (Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela), as forças de segurança, nomeadamente da PSP e da GNR, quer as da tutela do Distrito da Guarda quer as tutela do de Castelo Branco; cumprimento as autoridades académicas, como são as direções de escolas pré-primárias, básicas e secundárias e ainda do ensino universitário e politécnico; os serviços da proteção civil e da saúde, que nos acompanham, o Presidente do Centro Distrital da Segurança Social da Guarda, o Diretor do Estabelecimento Prisional da Guarda e outros que marcam presença nesta celebração de festa.
Uma saudação particular vai, nesta hora da esperança renovada que o Jubileu nos recomenda, para toda a Diocese da Guarda, nas diferentes formas de aqui se fazer representar, nomeadamente com as instituições de significativa implantação no seu território, tais como os sete arciprestados, os centros sociais paroquias e misericórdias e outras fundações sobretudo as voltadas para a cultura e para a promoção social; os serviços diocesanos, nomeadamente os secretariados e seus departamentos, que, com o Bispo, participam no governo da Diocese, os movimentos e obras de apostolado, a Cúria Diocesana, com o seu Moderador e Vigário Geral.
Para terminar, desejo referir que esta nossa Catedral, cinco vezes centenária e dedicada a Nossa Senhora da Assunção, que aparece em destacado relevo no retábulo renascentista do altar mor, recebeu, ao longo dos séculos, muitas ordenações episcopais – durante os séculos 20 e 21 esta é a quinta – mas a ordenação episcopal de um Bispo que imediatamente inicia a sua atividade episcopal na Diocese, pelo menos nestes dois últimos séculos, esta é a primeira.
Desejo dizer também que gostávamos de escutar nesta celebração festiva e para quem nos acompanha o som do órgão de tubos, verdadeiro sonho da população da Guarda e suas instituições. Posso dizer que está construído e pago. Todavia, dificuldades cuja responsabilidade pertence à entidade proprietária que é o Estado, uma vez que estamos num monumento nacional, não permitem ainda satisfazer essa legítima aspiração.
Mesmo a terminar, desejo dirigir, em nome das Diocese, um último agradecimento ao Patriarcado de Lisboa, na pessoa do seu Patriarca e Presidente desta celebração, pelo envio do Sr. D. José Miguel como Bispo da Guarda. É um filho da Igreja Patriarcal de Lisboa e nunca deixará de o ser, daí a razão deste agradecimento.
Também eu, há 20 anos e dois meses, que hoje mesmo se completam, vim do mesmo Patriarcado de Lisboa, onde exercia as funções de Bispo Auxiliar, trazido e aqui apresentado pelo Patriarca de então, o Cardeal D. José da Cruz Policarpo, mas em condições diferentes.
Que Deus seja louvado e a sua Graça nos acompanhe, em particular ao novo Bispo.
Guarda, 16 de março de 2025
+Manuel da Rocha Felício