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“Desenhar Novos Mapas de Esperança” — Carta Apostólica do Papa Leão XIV

No 60.º aniversário da Gravissimum educationis (28 de outubro de 2025)

Por ocasião dos sessenta anos da Declaração conciliar Gravissimum educationis sobre a educação cristã, o Papa Leão XIV publicou a Carta Apostólica “Desenhar Novos Mapas de Esperança”, um texto profundo e inspirador sobre o valor da educação como expressão de fé, serviço e esperança para o mundo contemporâneo. Partilhamos alguns tópicos da leitura desta carta:


🌿 1. A educação: coração da evangelização

O Papa recorda que educar é evangelizar: a educação não é uma tarefa secundária, mas a forma concreta pela qual o Evangelho se torna vida, relação e cultura.
Mesmo num tempo de rápidas mudanças e incertezas, as comunidades que se deixam guiar pela palavra de Cristo não erguem muros, mas constroem pontes, abrindo caminhos de diálogo e criatividade.


📖 2. Uma história inspirada pelo Espírito

A tradição educativa da Igreja nasce do Evangelho e do exemplo dos santos educadores: dos Padres do deserto a Santo Agostinho, dos monges copistas às universidades medievais, até aos grandes mestres como São José de Calasanz, São João Bosco, Maria Montessori e Santa Isabel Ana Seton.
Educar, recorda o Papa, nunca foi mera teoria, mas sempre carne, paixão e história.


🤝 3. Educar em comunidade

A educação cristã é uma obra coral: ninguém educa sozinho.
Famílias, professores, alunos, comunidades e pastores formam um “nós” educativo onde se aprende juntos.
A escola católica deve ser lugar de fé viva, cultura humanista e diálogo aberto, onde o coração fala ao coração e onde o desejo de verdade se alimenta da razão e da fé.


🕯️ 4. A bússola conciliar

A Gravissimum educationis continua atual: reafirma o direito universal à educação e lembra que a pessoa humana não é um simples perfil de competências, mas um rosto e uma vocação.
A verdadeira educação forma toda a pessoa — corpo, mente e espírito — e mede-se pela dignidade, justiça e serviço ao bem comum, não apenas pela eficiência.


👨‍👩‍👧 5. A pessoa e a família no centro

Educar é ensinar a ver como Abraão, com um olhar de fé e esperança.
A escola católica é um ambiente de vida, não apenas de instrução.
Os educadores têm uma missão que ultrapassa o contrato: a sua testemunha é tão importante quanto a sua competência.
A família permanece o primeiro lugar educativo, parceira insubstituível das escolas.


🌍 6. Identidade e subsidiariedade

A Igreja propõe uma educação que respeite a diversidade dos contextos e aplique o princípio da subsidiariedade, colaborando com o Estado e as comunidades locais.
A fé, diz o Papa, não é uma matéria extra, mas o sopro que dá vida a todas as matérias — o coração de um humanismo integral que reconcilia fé, razão e serviço.


🌿 7. Educação ecológica e espiritual

Educar é também contemplar a Criação e reconhecer nela o reflexo de Deus.
A educação católica deve unir justiça social e justiça ambiental, formando consciências responsáveis, solidárias e pacíficas.
Cada gesto de cuidado é uma lição de ecologia integral e de fé.


🌐 8. Uma constelação educativa

O mundo educativo católico é apresentado como uma constelação viva: escolas, universidades, centros e movimentos espalhados por todo o mundo, diferentes mas unidos pela mesma luz do Evangelho.
O Papa convida a colaboração global, ao intercâmbio de saberes e à abertura a todos — também a quem não partilha a fé, mas procura uma educação verdadeiramente humana.


💻 9. Educar na era digital

A tecnologia deve servir a pessoa, não substituí-la.
A inteligência artificial e os ambientes digitais exigem discernimento ético e espiritual.
Nada poderá substituir o toque humano da educação: a poesia, o amor, a arte, a alegria da descoberta e a coragem de aprender com os erros.


🌟 10. O Pacto Educativo Global

Inspirando-se no Pacto Educativo Global lançado pelo Papa Francisco, Leão XIV recorda os seus sete eixos — pessoa, juventude, mulher, família, inclusão, economia e ecologia — e acrescenta três prioridades:

  1. A vida interior, com espaços de silêncio e discernimento;

  2. O digital humano, com uso ético das tecnologias;

  3. A paz desarmada, com educação para a reconciliação e a fraternidade.

A rede educativa católica, presente em todos os continentes, é chamada a garantir qualidade e acesso aos mais pobres, porque “perder os pobres é perder a escola”.


🕊️ 11. Um apelo à esperança

O Papa conclui com um apelo:

“Desenhar novos mapas de esperança” é a missão da Igreja educadora.

Num mundo marcado por solidão, conflito e desigualdade, a educação cristã deve ser farol e laboratório de esperança: menos palavras agressivas, mais escuta; menos muros, mais pontes; menos rótulos, mais histórias.

E confia este caminho a Maria, Sede da Sabedoria, e a todos os santos educadores, pedindo que a Igreja continue a ser coreógrafa da esperança, buscadora incansável da sabedoria e artífice da beleza que nasce da fé.


✝️ Basílica de São Pedro, 27 de outubro de 2025
Papa Leão XIV
Véspera do 60.º aniversário da Declaração conciliar Gravissimum educationis

Imagem: Ilustração IA