Ontem, domingo, vivemos o Dia Mundial dos Pobres.

Pela oitava vez e por iniciativa do Papa Francisco, no penúltimo domingo do Ano Litúrgico, quisemos lembrar a nós próprios e à sociedade o dever de cuidar dos mais necessitados.

Agora, temos diante de nós, até à Noite de Natal, a campanha dos dez milhões de estrelas, na qual encontramos uma forma de dar corpo a esta preocupação com os mais pobres. De facto, através da aquisição de uma das velas que simbolizam os dez milhões de estrelas, coincidente com os 10 milhões de portugueses que nós somos, estamos a viver a solidariedade com pessoas concretas, que vão beneficiar deste gesto e que precisam dele. Umas vivem dentro do nosso país e não têm habitação condigna ou mesmo passam fome; outras, em países estrangeiros, de expressão portuguesa e não só, e são incentivadas a desenvolver projetos de desenvolvimento sustentáveis que lhes possam garantir a  sua legítima autonomia.

Esta campanha vai até à Noite de Natal, com o desejo de vermos em cada uma das janelas das nossas casas uma destas velas acesa. Desta forma, chama-se a atenção para o núcleo da Mensagem natalícia, a qual nos aponta caminhos de reconciliação, de justiça e de solidariedade, sempre, no horizonte, com a meta da paz, que os anjos anunciaram ao mundo, através dos pastores, que, de imediato e apressadamente, se dirigiram para a gruta de Belém.

Acompanhamos a nossa Caritas Diocesana, no esforço que está a fazer para ajudar a distribuir as velas que lembram a responsabilidade de cada um de nós portugueses no combate contra a pobreza. Ontem mesmo, o Papa Francisco lembrou-nos, na celebração do VIII Dia Mundial dos Pobres  “a mesma compaixão do Senhor diante dos últimos” e pediu aos cristãos que se tornem “sinal da presença do Senhor”, perto do sofrimento dos necessitados para aliviar suas feridas e mudar sua sorte: só assim a Igreja se torna ela mesma, casa de portas abertas para todos.

18 de novembro de 2024

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda