Por proposta do Papa Francisco, celebramos hoje o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação.
Na mensagem que escreveu para este Dia, com data de 27 do mês de junho passado, faz o convite para, com esperança e a ação devida em favor da criação, todos podermos contribuir para a defesa da nossa casa comum.
Por outro lado, na antevéspera deste Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, o mesmo Papa Francisco divulgou um vídeo-mensagem pedindo oração para que cada um de nós saiba escutar, com o coração, o grito da terra e das vítimas dos desastres ambientais ligados às mudanças climáticas e pede um compromisso pessoal generalizado na defesa do mundo que habitamos. E este grito inclui o clamor pobres.
Considerando o rápido aumento das temperaturas no globo terrestre, podemos dizer que a terra está doente e com febre, como acontece com as pessoas
E o facto é que a resposta a este grito já não se pode limitar a suster as mudanças climáticas com iniciativas isoladas ou só no domínio da ecologia propriamente dita, mas exige o envolvimento e o compromisso corajoso, a nível global, da política, da economia, e da ação social e educativa, no seu conjunto; compromisso esse que está a tardar. De facto, o que está em causa é criar uma nova mentalidade, envolvendo o compromisso de todos os indivíduos e de todas as componentes da vida em sociedade, para acabar com a pobreza e proteger a natureza, o que implica fortes mudanças nos comportamentos instalados, tanto a nível pessoal como das comunidades e dos seus responsáveis.
Como lembra o Apóstolo Paulo, de facto, ontem como hoje, toda a criação geme e sofre e o seu sofrimento é de facto principalmente efeito da ação dos seres humanos, aos quais foi entregue a responsabilidade de a salvaguardar, mas na realidade o que vemos é a exploração desregrada dos seus recursos, sem respeito pela sustentabilidade e pelos direitos das gerações que nos hão-de suceder.
Por toda esta situação desastrosa que atinge a natureza e que corre o risco de entrar por caminhos sem retorno, o Papa convida-nos à oração, pois, como ele diz, só a oração pode despertar os nossos corações anestesiados.
Esta é também a intenção do Apostolado da Oração e da rede internacional pelo Papa proposta pelo mesmo Papa para o corrente mês de setembro.
1 de setembro de 2024
+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda