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Exaltação da Santa Cruz: “Queremos centrar a nossa vida na esperança”

No dia 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz, realizou-se a peregrinação arciprestal de Trancoso e Celorico da Beira, momento marcado por fé, comunhão e profunda reflexão.

Após a peregrinação e a entrada simbólica na Sé catedral seguiu-se a celebração eucarística, presidida por D. José Pereira, Bispo da Diocese da Guarda

Foi introduzido um gesto simbólico e carregado de significado: a colocação de uma cruz — réplica da que se segue em peregrinação em Roma na Via da Reconciliação — assente num tronco de castanheiro queimado nos incêndios do último verão. Um sinal de dor, mas também de esperança, porque, como afirmou o prelado, “a cruz tem o poder de fazer renascer das cinzas e da morte”.

A cruz que transforma

Na sua homilia, D. José Pereira questionou os fiéis:

Como olhas para a cruz?

Como reages à cruz de Jesus?

Abraças a cruz como Ele ou foges dela, com medo?

O Bispo sublinhou que a cruz de Jesus não é apenas o suplício romano, lugar de condenação e de dor. É, antes, vitória, saída, abertura de um caminho que vence o pecado e até a morte. Não se trata de procurar atalhos, mas de percorrer o caminho até ao fim, porque é nesse limite que se abre a porta para um horizonte novo.

“No limite, Jesus não foge: continua a amar.

‘Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?’

Mas acrescenta: ‘Nas tuas mãos entrego o meu espírito’.

No limite, Jesus ama. Persiste, permanece, morre… mas ressuscita.”

Esperança fundada na cruz

A reflexão do Bispo destacou ainda que muitas vezes rejeitamos os caminhos de Deus, cansados e impacientes, procurando alternativas que nos parecem mais fáceis. Porém, essa recusa gera em nós o veneno da desconfiança, da inveja, do medo e da paralisia.

A cruz de Cristo mostra-nos outra lógica: mesmo no fracasso, há um caminho para a vida nova. Jesus, sendo de condição divina, fez-se servo e, na cruz, revelou-nos o verdadeiro rosto de Deus, que nunca desiste da humanidade.

“Esta é a razão da nossa esperança: está fundada na cruz de Cristo.

A cruz vence.

Agarrados à cruz de Cristo, iluminemos e erradiquemos as outras cruzes.”

Caminho de fidelidade e amor

No final, D. José Pereira lançou um apelo concreto: viver apoiados uns nos outros, deixando de lado justificações pessoais e ressentimentos. Só assim poderemos ser construtores de esperança, permitindo que a cruz de Jesus nos transforme em instrumentos de vida nova.

Veja o vídeo com a homilia completa:

Foto no artigo: Jornal A Guarda e GECRP