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II Domingo da Páscoa (da Misericórdia)

QUANDO AS MÃOS FALAM – LECTIO DIVINA – Um Roteiro

0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto

– Leio pausadamente Jo 20,19-31.
– Sublinho e anoto o mais significativo.
É Páscoa. O Ressuscitado encontra seus discípulos reunidos, mas temerosos. Transmite-lhes paz e seu Espírito, preparando-os para o testemunho e reconciliação. Entretanto, ajuda também Tomé a reconhecê-lo como “Deus e Senhor”.

2. O que me diz Deus

– Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
É o Domingo da Misericórdia. Esta revela-se no cuidado do Ressuscitado com seus discípulos atemorizados, comunicando-lhes a sua paz. É também a atenção reservada a Tomé, que hesita na fé. Crer na Ressurreição não é evidente. Exige percurso interior, confronto com as incertezas e audácia confiante. As dúvidas de Tomé são minhas, tal como o seu desejo de comprovar a Vida Nova de Cristo. Para isso, ajuda muito o testemunho da comunidade. Que minha vida possa também dizer: “Vi o Senhor!”

3. O que digo a Deus

– Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, ao mostrares as marcas das tuas mãos e no teu lado, recordas-me a tua entrega por mim. O mundo exibe a força dos poderosos, a violência da injustiça e da mentira. Tuas mãos falam-me em amor fiel e incondicional.
Como os discípulos, a insegurança fecha-me no sepulcro do medo. Temo enganar-me ou ser manipulado. Duvido, calculo, meço, arrisco pouco… Pelo contrário, as feridas das tuas mãos contam-me a tua luta corajosa e perseverante, teu amor sem medida.
Como Tomé, reivindico provas e certezas quando, na verdade, a fé acontece no caminho. Tuas mãos oferecem-me a paz e a confiança que preciso para avançar.
Resgataste Maria Madalena e os discípulos de Emaús da sua tristeza, os apóstolos do medo e Tomé da sua incredulidade. Tuas mãos convidam-me ao reconforto do abraço.

4. O que a Palavra faz em mim

– Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, as marcas da tua Misericórdia reforçam a fé, reavivam a esperança e alentam à caridade. São Vida Nova em mim: por elas, agradeço, louvo, contemplo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES

– Que “marcas” têm as minhas mãos e coração?
– Que dizem de mim aos outros?
– Reconheço as “marcas” do amor de Deus na minha vida?
– Sou capaz de as reconhecer no sofrimento dos outros?

UM PENSAMENTO

“Amamos na medida em que damos; não amamos completamente, se não nos damos completamente.” (P. de Jaegher)

UM DESAFIO

Pedir ao Espírito Santo a graça de “marcar” com amor cada gesto.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Em tuas mãos,
o meu nome gravado
e, nele, teu Amor cravado.

Nas tuas mãos,
minha miséria, em dor estampada
e, nela, teu coração enxertado,
promessa de esperança em flor.

Pelas tuas mãos
a fé ferida, em teu corpo lavrado,
regenera em tons de nova primavera.

Das tuas mãos,
o perdão como bênção,
e teu sopro, acariciando-me o crer
e o querer, tomando carne
na palma da minha mão.

UMA CANÇÃO

Jewel – Hands

Uma proposta do Rev. Pe. Serafim Reis, Sac. Diocesano