Depois de ter estado exposta no Santuário de Fátima, a escultura do século XVIII regressou à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e ao Museu de Arte Sacra da Covilhã, onde volta a inspirar a oração e a devoção dos fiéis.

A escultura de Cristo Crucificado, conhecida como “Crucifixo dos Terceiros”, regressou à cidade da Covilhã após nove meses em exposição no Santuário de Fátima. A obra, datada do século XVIII e pertencente à Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, pode novamente ser contemplada no Museu de Arte Sacra da Covilhã, onde se encontra “exposta e disponível para visita”, segundo informação da Câmara Municipal.

Durante este tempo, a escultura integrou a exposição “Servir, a Única Pregação”, patente na Basílica da Santíssima Trindade, em Fátima, entre 30 de novembro de 2024 e 15 de outubro de 2025. A mostra, organizada por ocasião do centenário da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, reuniu mais de uma centena de peças e foi visitada por cerca de 180 mil peregrinos de várias partes do mundo.

Segundo os responsáveis da exposição, o Crucifixo da Covilhã ocupou um lugar de destaque, pela sua expressividade e profundidade teológica. Na figura serena e sofredora de Cristo Crucificado, muitos visitantes reconheceram o rosto da entrega e do amor que salva.

Esta peça, em madeira esculpida e parcialmente revestida a tela, é considerada uma das obras mais significativas do património religioso da Covilhã. A tradição local recorda que, no tempo das Invasões Francesas, a imagem teria feito os invasores recuar, tomados de medo e assombro diante do Crucificado — um sinal que o povo sempre interpretou como manifestação da proteção divina sobre a cidade.

Hoje, de regresso à sua terra, o “Crucifixo dos Terceiros” continua a ser um testemunho silencioso da fé e da esperança do povo covilhanense, convidando cada visitante a deter-se diante da cruz, a contemplar o mistério do amor de Deus e a renovar a sua confiança em Cristo.