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IV Domingo Comum (B)

VOZ ANTIRRUÍDO

LECTIO DIVINA – Um Roteiro

0. Preparo-me

Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto

– Leio pausadamente Mc 1,21-28.
– Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus inicia a sua vida pública. Com gestos e palavras, revela ser um curador excecional, mas sobretudo um mestre com autoridade nova, interpeladora e cativante.

2. O que me diz Deus

– Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
É o primeiro milagre de Jesus, no Evangelho de Marcos. Sinal do Reino de Deus, liberta o homem de tudo quanto o condiciona. Enfrenta e “cala” o mal. Ocorre na sinagoga, lugar de oração, onde se estuda e ensina a Sagrada Escritura. Não basta frequentar lugares sagrados, decorar doutrinas ou praticar o culto. O mal acompanha-me, independente do que faça ou creia. Somente a experiência do encontro com Jesus e seu Evangelho me liberta. Crer n’Ele é conceder-Lhe a autoridade de guiar minha vida.

3. O que digo a Deus

– Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, ensinas com autoridade. Fiel ao sentido original da palavra, fazes crescer quem Te escuta. Silencia, pois, em mim as vozes que me confundem e dispersam: preconceito, pessimismo, ressentimento, desconfiança… Aquelas que, disfarçadas de bem, negam a verdade, me iludem, isolam, reprimam ou fantasiam… Cala-as!
Liberta-me de tudo quanto me aprisiona o coração e a mente. Solta em mim a coragem para enfrentar o temor que me assola. Aumenta, no meu interior, a fé e a esperança, livres de ritualismos ou falsas seguranças. Desperta-me na caridade de ousar o bem, sempre e onde for necessário.
Atento à tua voz, guia-me em todas as situações. Por ela, discirna cada decisão e cada passo. Seja eu teu eco, junto dos outros, pelo testemunho.

4. O que a Palavra faz em mim

– Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, tua voz é caminho de luz entre as trevas da mentira, do medo e do engano. Confio na tua autoridade. Silenciando outras vozes, agradeço, louvo e contemplo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES

– Nas minhas responsabilidades, vivo a autoridade como serviço?
– Estou atento à voz de Deus, na sua Palavra?
– Proporciono momentos de silêncio para ouvi-l’O?
– Que “vozes” tenho de calar em mim?

UM PENSAMENTO

“O único tirano que aceito neste mundo é a voz interior, suave e serena.” (Mahatma Gandhi)

UM DESAFIO

Pedir ao Espírito Santo a graça de silenciar em mim todo o eco de mal.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Há em mim, vozes
que preciso amordaçar.
Proliferam e vociferam
o que não sou ou chegarei a ser.
É o medo a vozear
ou a soberba a presumir-se,
querendo esvaziar-me
até a estima sumir-se.

Pronuncia-se, então, a Palavra:
crie-se deserto em mim
e ecoe o Silêncio,
suave brisa da tua Voz,
que faz alvorecer
a verdade a crescer, pura
por tua autoridade,
única e madura.

UMA CANÇÃO

Lauren Daigle – You say