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Leão XIV destaca a missão educativa da Igreja inspirada em Santo Agostinho

O Jubileu do Mundo Educativo realiza-se, em Roma, de 27 de outubro a 01 de novembro e Portugal leva uma delegação de 46 pessoas. A Diocese da Guarda está também representada.

“O Papa Leão XIV dirigiu-se recentemente a representantes de instituições religiosas, educadores e responsáveis escolares, com um discurso profundamente inspirado na doutrina de Santo Agostinho. A intervenção destacou a importância de uma formação integral dos jovens, que una conhecimento, interioridade e fé num percurso de crescimento humano e espiritual.

Segundo o Santo Padre, a missão educativa não se limita à transmissão de saberes científicos, mas deve tornar-se um “centro de transmissão de vida”, um espaço onde ciência, cultura e espiritualidade dialogam e se completam. Partindo do pensamento agostiniano, Leão XIV recordou que o verdadeiro mestre é aquele que conduz ao encontro interior, onde cada pessoa descobre a verdade e o sentido profundo da existência.

O Papa alertou também para os desafios da era tecnológica, assinalando o risco de um ensino excessivamente técnico e desumanizado. Sublinhou que o papel da escola católica e dos professores de EMRC é precisamente o de reintroduzir a dimensão ética e espiritual no processo educativo, ajudando os alunos a cultivar o sentido crítico, o discernimento e a empatia. “Nenhuma tecnologia substitui o encontro humano”, afirmou, convidando os docentes a promoverem o diálogo, o respeito e o cuidado mútuo.

Dirigindo-se especialmente aos professores, Leão XIV reconheceu as dificuldades da profissão num mundo marcado por burocracia e pressões externas. Encorajou os educadores a viverem a sua vocação com esperança e humildade, vendo o ensino como serviço e missão. “O mestre verdadeiro não impõe, propõe.

Não transmite apenas ideias, mas desperta consciências”, sublinhou, numa clara referência à pedagogia de Santo Agostinho, que valorizava a escuta interior e o testemunho pessoal.

O discurso abordou ainda a dimensão comunitária da educação, insistindo na necessidade de colaboração entre famílias, escolas e comunidades cristãs. A educação, afirmou o Papa, deve construir pontes e não muros, integrando todos os que procuram conhecimento e crescimento espiritual. “A caridade é o vínculo que une todas as formas de saber”, declarou, lembrando que educar é sempre um gesto de amor e de serviço ao próximo.

Num tom esperançoso e inspirador, Leão XIV concluiu exortando os educadores a reencontrarem a alegria do seu trabalho quotidiano. “O sorriso de um aluno é a primeira recompensa do educador”, disse, encorajando todos a perseverarem na sua missão educativa. Para o Papa, a verdadeira sabedoria nasce do encontro entre fé e razão e floresce quando cada educador se torna sinal de esperança e testemunha de amor no mundo.”

Texto de Estela Brito