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Lectio Divina – XVII Domingo Comum (B)

Amor repartido

0. Preparo-me

Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto

– Leio pausadamente Jo 6,1-15.
– Sublinho e anoto o mais significativo.
É preciso pão para a multidão. A iniciativa é de Jesus: envolve os discípulos na busca da solução. É a partilha humilde, mas generosa, que permite o consequente milagre.

2. O que me diz Deus

– Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
A multiplicação dos pães – único milagre comum aos quatro evangelhos – revela quatro momentos: identificação da carência (multidão com fome); impasse (falta dos meios suficientes); oferta humilde (5 pães e 2 peixes); bênção (Jesus recebe, abençoa e distribui – gestos eucarísticos). Esta dinâmica é aplicável a muitas situações da vida. O desafio é vencer o ceticismo ou falta de generosidade e ousar acreditar que Deus faz muito com o meu pouco. Jesus multiplica o que dou. Quanto Lhe vou entregar?

3. O que digo a Deus

– Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, sou muito bom a identificar e denunciar “males”. Na hora de propor soluções e comprometer-me, meço, calculo e recuo. Não ouso esbanjar o meu pouco tempo, talento, posses… Digo: “não é problema meu”; “quem se mete neles que saia deles”. No final, envergonho-me. Não atuaste assim. Nem é o que esperas de mim.
Vieste libertar-me do medo e egoísmo. Daí, incitas-me a acudir aos problemas alheios. Teu coração compassivo continua a pulsar em mim. Hoje, sou teus olhos e ouvidos, mas também teus pés e mãos. Ainda que limitado, perante tantas fomes e dor, dizes-me que confie. Bastam-Te a minha pobreza e serviço. Deles, recebes o que eu decidir partilhar. Dás graças, por mim e por Ti. E, por fim, distribuis o que o teu amor multiplica. Sempre que o amor vence, a Eucaristia acontece… de novo. Assim seja!

4. O que a Palavra faz em mim

– Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, a Eucaristia começa na escuta da fome do irmão, tal como o fazes comigo. Assim se celebra a comunhão e fraternidade. ConTigo, agradeço, louvo e contemplo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES

– Sou indiferente ou sensível à carência dos outros?
– Diante dos desafios, desisto ou arrisco o possível?
– Posso receber Cristo na missa sem comungá-l’O nos irmãos que sofrem?

UM PENSAMENTO

“Deus não faz o milagre a partir do nada, mas a partir do que damos.” (Nuno Tovar de Lemos)

UM DESAFIO

Pedir ao Espírito Santo a graça de partilhar o que sou e tenho.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Toma em tuas mãos
este meu pouco quase nada
que mal me chega,
regateado ao calculista receio
de orgulhosa covardia embebido.

Dás graças, ainda assim
desta mal-amanhada oferta.
De mim, não esperas pão,
apenas o fermento de um sim.
Teu amor multiplicá-lo-á de vida.

Parte e reparte, então
esta réstia de mim, resguardada
tornada sacramento e sustento
para a fome de todo o irmão,
saciando de amor sequiosos entes.

UMA CANÇÃO

Casting Crowns – Love moved first

Um proposta do Rev. Pe. Serafim Reis