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Mensagem de Fátima: Na III Aparição

Os três pastorinhos receberam a terceira aparição de Nossa Senhora em 13 de julho de 1917.

Comemorámos no sábado passado o seu aniversário.

na primeira aparição, eles aceitaram incondicionalmente o convite de Nossa Senhora transmitido com estas palavras – “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores”?

A esta pergunta a resposta foi imediata com o seu “queremos sim”.

E a seguir Nossa Senhora fez-lhes uma recomendação que eles nunca esqueceram e sempre praticaram, que foi a seguinte – “Rezai o terço todos os dias para alcançarem a paz para o undo e o fim da guerra”. De facto, estávamos em plena  Primeira Guerra Mundial, onde muitos soldados portugueses perderam a vida.

Nesta terceira aparição, Nossa Senhora acrescentou a seguinte recomendação – “Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes, principalmente quando fizerdes algum sacrifício – Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado coração de Maria”.

E acrescentou, depois de lhes mostrar a visão do inferno – “Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para os salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerdes o que eu vos digo, salvar-se-ão muitas almas e a guerra vai acabar. Mas se não deixarem de ofender a Deus, começará outra pior. E nós hoje sabemos o que aconteceu com a segunda Guerra Mundial.

Recebemos também desta terceira aparição a oração que rezamos no final de cada um dos 5 mistérios  do terço do Rosário – “Ó meu Jesus perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai aas almas todas para o céu principalmente as que mais precisarem”.

Continuando voltados para  Nossa Senhora que, nesta terceira aparição, nos deixou, através dos pastorinhos, recomendações tão preciosas queremos agora lembrar a nós próprios e ao mundo como Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam e que a grande meta da nossa vida é a de sermos conformados á imagem do Filho Único de Deus, Jesus Cristo.

E este é mesmo o verdadeiro estatuto de todos os discípulos de Cristo, que tem em Nossa Senhora o seu pleno cumprimento, ela que nos é apresentada como sendo a primeira discípula.

Cada vez que peregrinamos a Fátima, queremos sentir de novo como ela é nosso modelo e nossa mãe, sempre atenta não só aos pedidos que lhe fazemos, mas, mais do que isso, atenta às necessidades do mundo inteiro, hoje a braços com problemas novos, dos quais as guerras são a expressão mais visível e sentida pelas populações. De facto, a urgência primeira do mundo de hoje é que haja paz. E estamos a lembrar-nos da Ucrânia e da Palestina, mas também de outras partes do mundo menos noticiadas, mas onde o drama da guerra está, de facto, instalado e faz sofrer populações inteiras, como no Sudão, nas populações do Mian Mar, no Líbano ou na Etiópia, que, na realidade  ocupam menos espaço nas notícias, talvez por serem considerados menos importantes para os interesses dos países ricos. De facto, porém, vivem ali pessoas que sofrem os horrores da guerra e a morrer.

Como o Papa não se cansa de repetir, a guerra é sempre um fracasso para todas as partes envolvidas; e, particularmente hoje, da guerra, qualquer que ela seja, não se se podem esperar vencedores.

Por isso, o único caminho que nos resta para fazer a paz, esse bem sem o qual a vida é um tormento, está na via do diálogo para conseguir entendimentos entre pessoas, países, raças, religiões e culturas.

E é esse o grande pedido que queremos deixar a nossa Senhora, no aniversário da sua terceira aparição aos pastorinhos, em Fátima, ela que é a Rainha da Paz e como tal a invocamos.

Qual mãe extremosa, ela atender-nos-á para cuidar de nós e do mundo inteiro.

Queremos, por isso, contar com a presença de Nossa Senhora na nossa vida, não só para lhe pedirmos ajuda, o que é normal para qualquer filho, mas também para celebrarmos os seus louvores e a termos sempre diante de nós como o grande exemplo a seguir.

E de facto, nós continuamos hoje a receber Maria Santíssima em nossa casa, como fez o discípulo amado, sempre que seguimos os exemplos e recomendações que ela nos deixou, como aconteceu com os três pastorinhos.

15.7.2024

+Manuel da Rocha Felício, Bispo da Guarda