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Monja do mosteiro de Tarouca é a benfeitora do “Magusto da Velha” de Aldeia Viçosa

Este ano, foi finalmente revelado o nome da “velha” que deu origem ao tradicional “Magusto da Velha”, celebrado em Aldeia Viçosa: D. Guiomar Gil de Riba Vizela.

Esta descoberta, fruto de investigação histórica, revelada agora no livro ‘Magusto da Velha – Uma Pitança pela Boa Alma’, de Daniel Martins, vem iluminar a figura desta benfeitora cuja generosidade deixaram uma marca indelével na comunidade.

D. Guiomar, monja do mosteiro de Tarouca, deixou um legado significativo à então Vila do Porco, impondo uma condição espiritual no seu testamento: anualmente, após o Natal, deveria realizar-se um magusto com as castanhas e o vinho por ela doados, seguidos de uma oração em sufrágio da sua alma. Através deste gesto, a “velha” procuraria mostrar a sua fé e a certeza do descanso eterno, reforçando o vínculo entre a comunidade e a fé cristã.

Desde 1698, esta tradição religiosa e comunitária mantém-se viva. A 26 de dezembro, a população reúne-se no adro da Igreja para cumprir o ritual, com castanhas lançadas do campanário ao som dos sinos, simbolizando a abundância e a partilha. Após o magusto, os presentes rezam um Pai Nosso pela alma de D. Guiomar, perpetuando o compromisso espiritual que ela deixou como testamento.

A revelação do seu nome reforça a dimensão religiosa deste legado, recordando o papel central da fé e da memória na identidade de Aldeia Viçosa.

Esta celebração, profundamente enraizada na cultura local, é um testemunho vivo da união entre a devoção cristã e as tradições populares.

 

fonte base do texto : diário de todas as beiras 

foto: Antonio Moiteirinho