A Secretaria Geral do Sínodo publicou ontem dia 07 de julho, o documento “Pistas para a Fase de Implementação do Sínodo”, um importante marco no caminho iniciado pelo Papa Francisco em 2021 e agora relançado pelo Papa Leão XIV.
Com cerca de 60 páginas, o texto oferece orientações concretas para as Igrejas locais continuarem a percorrer, com fidelidade e criatividade, o processo de renovação sinodal da vida e missão da Igreja.
1. Uma nova etapa: da escuta à implementação
Este documento pretende:
• Acompanhar a fase final do processo sinodal, com vista à Assembleia Eclesial de 2028.
• Oferecer uma estrutura comum às Igrejas locais, incentivando práticas e estruturas renovadas.
• Reforçar a ideia de que a sinodalidade não é um exercício passageiro, mas um modo permanente de ser Igreja.
2. Novos grupos de estudo e temas emergentes
O Papa Leão XIV confirmou os grupos de estudo anteriormente instituídos por Francisco e acrescentou dois novos:
• A liturgia em perspectiva sinodal;
• O estatuto das Conferências Episcopais, Assembleias Eclesiais e Concílios Particulares.
Estes grupos têm a missão de aprofundar questões pastorais, teológicas e canónicas, cuja integração no processo sinodal será acompanhada pela Secretaria Geral do Sínodo.
3. A missão da Igreja num mundo ferido
Na introdução, o Cardeal Mario Grech sublinha que, num mundo dilacerado por guerras e divisões, a Igreja é chamada a ser sinal e instrumento de unidade. Por isso, esta fase de implementação deve ser vivida com coragem, enfrentando resistências e acolhendo com abertura as diversas realidades eclesiais.
4. Um caminho de todos, com todos e para todos
O documento insiste na amplitude da participação:
• Envolver todos os batizados, independentemente do seu ministério ou vocação;
• Dar voz aos que estão à margem: pobres, excluídos, doentes, reclusos, pessoas com dúvidas ou resistência ao processo;
• Criar espaços de escuta em contextos diversos como universidades, prisões, hospitais e ambientes digitais.
5. O papel dos bispos e das equipas sinodais
O bispo diocesano é o primeiro responsável por esta fase e deve:
• Valorizar os conselhos e organismos diocesanos;
• Reforçar ou reativar as equipas sinodais, compostas por leigos, clérigos e consagrados de diversas idades e culturas;
• Considerar a presença de observadores de outras confissões cristãs ou religiões.
6. Um jubileu para renovar a esperança
Foi também anunciado o Jubileu das Equipas Sinodais e Organismos de Participação, de 24 a 26 de outubro de 2025, como um momento para partilha de experiências e reforço da comunhão eclesial.
7. A importância do Documento Final de 2024
O documento encoraja a promoção da leitura e estudo do Documento Final da Assembleia Sinodal de 2024, destacando:
• A visão eclesiológica enraizada no Concílio Vaticano II;
• O impulso ecuménico e o diálogo inter-religioso;
• A valorização da corresponsabilidade dos leigos, especialmente em papéis de liderança que não requerem ordenação.
8. Um estilo sinodal de ser Igreja
Mais do que técnicas de organização, o método sinodal é:
• Uma experiência espiritual e eclesial;
• Um caminho de discernimento, escuta, formação e governo vivido num espírito de comunhão e corresponsabilidade.
9. Caminhar com esperança
Finalmente, a Igreja é chamada a olhar com confiança para o futuro, avançando com determinação rumo à Porta Santa do Jubileu e à próxima Assembleia Sinodal. O desejo é claro: que cada comunidade local encontre formas concretas de converter-se a uma cultura sinodal, mais evangélica, fraterna e participativa.
“Caminhar juntos” é mais do que um lema — é um apelo à conversão pastoral e espiritual da Igreja. Que cada diocese, paróquia e comunidade cristã acolha este convite com esperança e fidelidade.
Leia aqui o documento completo – https://www.synod.va/content/dam/synod/process/implementation/pathways/250102—POR-Pistas-para-a-fase-de-implementacao.pdf