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Professores de EMRC iniciam ano letivo com o lema: Educar na Esperança, testemunhar com o coração!

Novo ano começa com compromisso renovado de formar com esperança, testemunhar com autenticidade e ser fermento nas escolas.

No dia 4 de outubro de 2025, o Seminário da Guarda acolheu a 1.ª reunião dos professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) da diocese, marcada pelo lema deste ano letivo: “Educar na Esperança, testemunhar com o coração!”. O encontro contou com a presença de Sua Excelência Reverendíssima, D. José Miguel Pereira e reuniu cerca de dezessete docentes, num momento de oração, partilha e motivação para os desafios do novo ano letivo.

Foi apresentada a nova equipa diocesana do Departamento do Ensino Religioso Escolar, responsável por apoiar, formar e acompanhar os professores, ser fermento nas escolas, bem como promover atividades que reforcem o papel da disciplina nas comunidades educativas. A equipa é composta por Estela Cristina R. Brito (Coordenadora), Elsa Domingos (Tesoureira), Teresa Batista (Secretária), Pe. Daniel Barroso (Vogal), Susana Aguiar (Representante dos Educadores Católicos)e Pe. Manuel Valente (Assistente Espiritual).

O grupo deu também as boas-vindas a dois novos docentes: Cristina Romano e Diogo Coimbra.
O Departamento deseja ser um espaço de apoio, formação e comunhão, acompanhando de modo especial os professores de EMRC, mas também outros educadores católicos que vivem a sua missão nas escolas estatatais e particulares.

Durante o encontro foram apresentadas as principais atividades diocesanas previstas para 2025/2026:

O almoço de Reis – 3 de janeiro, destinado aos educadores católicos; – XXVII Interescolas Diocesano – 24 de março de 2026, no Sabugal; – VI Encontro Diocesano do 9.º Ano – 28 e 29 de maio de 2026, no Parque Aventura do Cadaval; – 1.ª Gala Solidária Diocesana “Corações que Cuidam” – 23 de maio de 2026, em local a definir entre a Casa de Saúde Bento Menni e o Teatro Municipal da Guarda, consoante o número de inscrições das escolas.

Na área da formação de professores, foi apresentada a ação creditada “Ensino-aprendizagem da EMRC na era do digital”, dinamizada por António José Pinto (Vila Real), que decorrerá entre 10 de outubro e 28 de novembro de 2025, com uma forte componente prática. Foi também anunciada a Ação de Curta Duração de 6h “Competências socioemocionais em ação: criar relações que marcam!”, que será orientada pela Dr.ª Maria João, psicóloga do Agruapamento de Escolas de Figueira de Castelo Rodrigo, a realizar-se a 21 de fevereiro de 2026, no Seminário Maior da Guarda.

O encontro destacou igualmente algumas iniciativas de âmbito nacional: o Encontro Nacional do Ensino Secundário (17 e 18 de abril de 2026), o Encontro Nacional do 1.º Ciclo (30 de abril de 2026, em Fátima) e a Semana Nacional da EMRC (17 a 23 de maio de 2026), para a qual serão disponibilizados materiais e desafios a dinamizar nas escolas e dioceses.

Foi dada especial atenção aos novos manuais e recursos digitais. Na Escola Virtual já se encontram disponíveis cerca de 1062 recursos interativos. Entre as novidades, destaca-se oalguns recursos associados ao manual “TODOS” (6.º ano), que integra ilustrações 3D personalizadas, guião para professores e um passaporte pedagógicopensado para consolidar aprendizagens ao longo do 2.º ciclo. O manual “ConVida” (2.º ano) também já está disponível com recursos digitais e guião de apoio ao professor. Para o Ensino Profissional, foram apresentados os novos módulos do ensino profissional (M2 Ser + Supera! e M3 – Ser + Arrisca! aos quais estão associados dois projetos “Caminhar pela arte da nossa terra” e “Comunidades que inspiram” — que procuram envolver os alunos de forma prática e criativa.

Outro momento em destaque foi o convite à participação no Jubileu dos Educadores Católicos, que se realizará a 16 de novembro de 2025. A iniciativa pretende valorizar e fortalecer a missão dos educadores na Igreja e na sociedade, com um programa que inclui acolhimento com “Café-concerto” na Escola Básica de Santa Clara, apresentação do teatro “Levanta-te, vai e acolhe!”, a peregrinação até à Sé Catedral e Eucaristia presidida por Sua Excelência Reverendíssima Sr. D. José Miguel Pereira.

A coordenadora diocesana do Departamento de EMRC, Cristina Brito, apelou aos professores para serem “embaixadores” deste momento nas suas escolas, incentivando outros educadores a participar e a viver este encontro de comunhão e partilha.

Na parte final do encontro, D. José Miguel Pereira refletiu sobre o lema do ano — “Educar na Esperança, testemunhar com o coração”. Sublinhou que o Departamento de EMRC não existe apenas para gerir questões ligadas à disciplina, mas para ser fermento da pastoral na escola, presença viva de cristãos que acreditam que a visão do Evangelho faz bem à sociedade. Os professores de EMRC são chamados a ser agentes de evangelização junto dos alunos, famílias, professores e pessoal não docente, e a criar pontes com toda a comunidade educativa.

Encorajou a renovar o empenho missionário, mesmo com fragilidades e cansaços, lembrando que Deus atua na realidade concreta e que a Páscoa é sinal de que, onde parece haver bloqueios, Ele abre caminhos novos.

Falou do desafio de educar para a esperança — virtude que exige vida interior, oração e realismo — ajudando a alargar horizontes, a procurar sabedoria e a caminhar com os outros, sem ceder ao imediatismo e à desilusão.

Sobre testemunhar com o coração, lembrou que não basta empatia: é preciso oferecer sentido, provocar reflexão e anunciar Deus com autenticidade, mesmo em meio às contradições do mundo atual. Não precisamos de ser perfeitos; podemos ser frágeis, mas com coragem para dar sentido e esperança à vida de quem nos rodeia.

Concluiu afirmando que educar na esperança é ensinar a olhar o mundo com confiança, e que testemunhar com o coração é renovar-se continuamente para dar sentido à vida.

Os professores assumiram então um compromisso comum: ser peregrinos de esperança, ensinar com confiança num futuro melhor, testemunhar com autenticidade, inspirar-se em Jesus Cristo e fazer de cada aula de EMRC um lugar de encontro e transformação. Cada docente recebeu um símbolo deste compromisso.

O encontro terminou com um almoço-convívio, onde se fortaleceu a amizade entre os professores e se renovou o desejo de caminhar juntos como educadores ao serviço da esperança.

 

Cristina Brito

MENSAGEM EPISCOPAL 

“Educar na Esperança, testemunhar com o coração”

Este Departamento, para além de cuidar dos problemas relacionados com a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) nas escolas, tmabém se enquadra  comoum verdadeiro fermento da pastoral escolar. A sua ação liga-se à presença de cristãos na escola, homens e mulheres com uma visão do ser humano e do mundo que acreditam fazer bem à sociedade.

Não estamos na escola apenas para dar aulas, mas também para ser presença cristã e agentes de evangelização, junto dos professores, do pessoal não docente, das famílias e dos alunos. Daí também a importância de integrar no Departamento um professor de outra área, capaz de estabelecer pontes com outros agentes educativos.

D. José Miguel desafiou e animou os presentes para os compromissos do nosso empenhamento cristão e a missão dos leigos na transformação do mundo a partir dos valores do Evangelho. Recordou que não queremos fazer proselitismo, mas também não devemos encolher-nos quanto à visão cristã do homem e do mundo, que faz bem a uma sociedade cada vez mais plural e dividida. A proposta cristã oferece uma fraternidade universal, um horizonte largo, em contraste com uma cultura muitas vezes centrada apenas no interesse imediato e individual.

Falou também da renovação do envio missionário à luz da experiência de cada um — com a sua sabedoria, mas também com os desgastes, desilusões e cansaços que fazem parte da vida. Sublinhou que a proposta cristã não é um ideal utópico, nem ficção; é para o mundo real, com as suas contradições e dificuldades. Mesmo quando surgem obstáculos ou boicotes e pensamos: “Não foi para isto que eu me entreguei”, é importante recordar que Deus nos chama para o real, com as suas vitórias, fracassos e limitações.

Um dos frutos do Jubileu — afirmou — é renovar a esperança no realismo da vida. É sempre possível acreditar numa saída onde parece haver bloqueios, porque esta é a novidade da Páscoa de Cristo: nem a morte foi um ponto final. Deus pode sempre abrir uma porta — Ele é a Porta.

Educar para a esperança

O segundo grande ponto da sua reflexão foi o educar para a esperança, entendida como virtude teologal: um hábito recebido de Deus, que exige um investimento diário refletido nas nossas ações e que nos lembra que Deus não nos abandona. Para isso, é essencial cuidar da vida interior; não basta ter apenas uma compreensão religiosa ou moral das coisas — é preciso cultivar uma relação habitual com Deus.

Muitas vezes, os afazeres da escola, da família e de tantas outras responsabilidades roubam-nos o tempo e o espaço para ir à raiz. E, se falta raiz, a vida fica superficial. Educar para a esperança não significa ser ingénuo ou insensível ao que está errado, mas implica realismo, exigência e discernimento; é apostar nas realidades, repensar os horizontes dos nossos objetivos e escolhas.

Num mundo acelerado, com horizontes frequentemente curtos e imediatistas, a esperança cristã aponta para um horizonte largo e eterno. É este sentido profundo que ajuda a superar dificuldades, a persistir e a renovar-se, mesmo quando as circunstâncias são adversas. Educar para a esperança é também formar aprendizes da verdade e da sabedoria, e não apenas alunos que estudam para médias.

Ser pessoa de esperança é caminhar devagar, se for preciso, mas com os outros, em vez de correr sozinho e perder-se. Ao contrário da cultura atual, que insiste que “tu vales apenas por ti mesmo”, o cristão é chamado a viver o “ser com” — com Deus e com os outros —, que é a finalidade da nossa existência. Educar na esperança exige paciência: os tempos de Deus não são os nossos.

Testemunhar com o coração

Outro ponto fundamental foi o testemunhar com o coração. O coração, na Bíblia, é entendido como a sede da consciência, onde nos encontramos com Deus e com o definitivo. Testemunhar com o coração não é apenas deixar-se levar pelas emoções — embora elas sejam importantes —, mas tomar decisões profundas, inspiradas pela fé.

Os alunos esperam empatia, proximidade e qualidades humanas dos professores, mas também algo provocador, que os ajude a “descascar” a realidade e a descobrir sentido onde parece não haver. Nos temas de cidadania, convivência social, cuidado dos mais frágeis e até das questões ambientais, não devemos esvaziar o sentido de Deus. Hoje fala-se muito de eco-ansiedade e de medos sobre o futuro; é preciso enfrentar o que é sério sem cair no drama paralisante, oferecendo esperança e horizontes amplos.

Testemunhar com o coração não exige ser super-homens. Podemos ter momentos de fragilidade ou quedas, mas isso não nos derruba de vez, porque Deus nos sustenta. É importante criar espaços de emoções, ternura e empatia, mas ir além disso: levar os alunos a encontrar sentido profundo e esperança sólida.

Na escola, D. José Miguel sublinhou que educar na esperança é ajudar a procurar sabedoria e a olhar o mundo com confiança, e que testemunhar com o coração é permitir-se regenerar continuamente para dar sentido à vida dos alunos e construir relações autênticas e inspiradoras.