Sob o signo da misericórdia e do perdão
Celebramos hoje, mais uma vez a quinquagésima oitava jornada mundial da Paz – o Dia Mundial da Paz.
Na sua Mensagem, o Papa Francisco, em sintonia com o Jubileu Ordinário que decorre ao longo de todo o ano, pede a Deus o perdão das dívidas e o dom da Paz.
Em relação com o Jubileu, este Dia Mundial da Paz aponta a urgência do perdão e da responsabilidade.
Responsabilidade que nos leva a assumir a coragem de lutar contra as injustiças e o mal que existem no mundo e apontar os caminhos da conversão do coração e da mente, guiados sempre pelo amor e o dever de solidariedade para com os outros, a começar pelos pobres e tendo em conta o grito da terra e da nossa casa comum.
De facto, o perdão é o único caminho que pode levar à paz. Por isso, é urgente o empenho de todos para desmantelar as estruturas de violência, como é o caso da lei da pena de morte onde ainda existe e, em contrapartida, promover a cultura da vida e da paz, baseados na misericórdia e na justiça.
As guerras, as mentiras e a desigualdade crescente prejudicam, de facto, os indivíduos em geral e as comunidades, embora estejam a ser ignobilmente aproveitadas por minorias sem escrúpulos para conseguirem o lucro fácil, enquanto o povo afetado pela guerra sofre e clama por justiça.
Então que fazer para levar justiça àqueles inocentes que sofrem os horrores da guerra?
Temos de reconhecer que a verdadeira paz exige o reconhecimento do dever coletivo do mundo para com as comunidades em guerra e o seu compromisso com a abertura de caminhos rumo à reconciliação, à justiça e à coexistência pacífica.
Na sua mensagem, o Papa faz principalmente três pedidos dirigidos aos responsáveis pela governação, no mundo atual, a saber:
1.Que os países ricos cheguem a acordo sobre formas de perdão da dívida dos países mais pobres ou pelo menos sobre a sua renegociação;
2.Que se crie um fundo mundial contra a fome, que afeta crescente número de seres humanos, e que para esse fundo sejam canalizados os gastos astronómicos com armamentos;
3.Que se pensem formas inovadoras de lidar com os prisioneiros, de tal maneira que o tempo passado em estabelecimentos prisionais seja positivo para os próprios e para a sociedade.
A propósito, é de justiça expressar o nosso apreço pelo trabalho das capelanias prisionais e seus voluntários, que se empenham por levar aos que cumprem penas, nos estabelecimentos prisionais, a solidariedade e o conforto que o a sociedade lhes deve e sobretudo a esperança que o amor e a misericórdia de Deus sempre lhes garantem.
1.1.2025
+Manuel da Rocha Felício