Sustentabilidade das Instituições do Setor Social: Desafios e Estratégias
Realizaram-se nesta quinta-feira, na Covilhã, as II Jornadas Diocesanas da Pastoral Social, subordinadas ao tema “Sustentabilidade das Instituições do Setor Social: Desafios e Estratégias”.
Convidado o CEO da K.Social, Manuel Ribeiro, deixou aos participantes das Jornadas, seis Fatores de Sustentabilidade, para que as Instituições ligadasà Diocese, pudessem reflectir na sua própria realidade e tomar as suas próprias decisões.
Começou por salientar que o Setor Social é o mais sustentável de todo o panorama nacional. Acrescentou que são poucas as empresas com mais de 100 anos, ao contrário das instituições sociais, que existem em grande número.
Referiu que o conceito de sustentabilidade vai para além da apresentação de contas, da tesouraria e do fluxo de caixa. Mas, tem muito a ver com a natureza dos bens produzidos, com o modo de governação e com as novas exigências com as quais o setor social está a ser pressionado: mais qualidade nos serviços, maior criação de valor social e uma necessária transparência e prestação de contas.
Assim, os fatores apresentados foram:
Fidelidade à Missão. Ter sempre presente os princípios que levaram à criação da Instituição, mantendo o compromisso com os fins sociais, com o desenvolvimento das comunidades e com as regras da ética e conduta.
Competências pessoais. Neste fator deve-se ter em conta as competências pessoais e profissionais dos trabalhadores e dirigentes, bem como a adaptação de uma política salarial equitativa, por forma a tirar o maior rendimento dos colaboradores e dirigentes.
Governação, participação e transparência. Neste fator salientou vários aspetos a ter em conta: auscultar os Stakeholders (parceiros, fornecedores, famílias, utentes, entre outros); renovação dos Órgãos Sociais; distinção entre os papeis da direção estatutária e a técnica; implementação de mecanismos de comunicação e divulgar os resultados do trabalho realizado.
Complementaridades. Aqui foi salientado a partilha de recursos entre instituições deste setor e dentro da Diocese; integrar redes e projetos em parcerias. Para tal, reforçou que é importante definir uma cultura interna de partilha de recursos e meios com outras instituições, tais como projetos-piloto com universidades e estagiários para desenvolver projetos.
Qualidade da Gestão. Este indicador tem a ver com eficiência e eficácia, destacando-se para tal, que devem ser definidos os objetivos a médio e longo prazo; fazer uma avaliação regular do seu desempenho; a implementação prática de gestão da qualidade; desenvolvimento pratico de racionalização de custos e a angariação de fundos efontes privados.
Inovação. A este nível deve-se promover uma reflexão coletiva sobre os reais problemas da instituição; promover e apostar na criatividade e assumir risco em novos projetos.
Terminou salientando que as Instituições do Setor Social deviam responder e refletir cada um destes fatores e ver quais lhes falta realizar.
Do debate, foi unanime que ainda há muito caminho a fazer, que há comportamentos a melhorar, novas culturas a implementar, mas que estas II Jornadas permitiram fazer uma reflexão e verificar que há muitas oportunidades por explorar e que a sustentabilidade deve ser um objetivo a ter presente e a vários níveis dentro da instituição.