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VI Domingo de Páscoa (B)

TESTAMENTO VITAL

LECTIO DIVINA – Um Roteiro

0. Preparo-me

Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto

– Leio pausadamente Jo 15,9-17.
– Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus revela que o amor com que nos ama brota do Pai. “Guardar os mandamentos” é aprender d’Ele a viver essa dinâmica de amor. Esta é fonte de alegria e experiência de amizade. Este “testamento” de Jesus é, para nós, missão e identidade.

2. O que me diz Deus

– Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
No Evangelho de S. João, Jesus não me pede que Lhe retribua amor, mas que ame meus irmãos. Porquê? Para não cair no subjetivismo, a única forma demonstrável de amar a Deus é amando meu irmão. Amar o próximo não é fácil: exige compromisso, concreto e assíduo. Se recordar o que Cristo fez por mim, torna-se possível a fidelidade e doação aos outros. É dessa forma que provo ser seu discípulo e amigo. Amar é meu “estágio profissional”: permanecer e crescer, em Deus, para dar bom fruto.

3. O que digo a Deus

– Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, partilhas comigo toda a herança que recebes do Pai: o Amor. Dele vives. E nele me convidas a permanecer, tomando parte dessa alegria que só o amor pode gerar. Assim acontece, sempre que a vida é dada.
Como poderei retribuir-Te? Amando como Tu me amas. É o teu único pedido. Apercebo-me que o Evangelho só acontece na caridade. Na eucaristia, reavivo a fé, renovando forças e inspiração. Mas é da porta da igreja para fora que me torno “praticante”, revelando-me teu discípulo. O amor, se poupado, morre. Só dado faz viver, tanto aquele que oferece como quem recebe. É o que aprendo de Ti.
Escolheste-me como amigo, não como servo. E é pelo meu próximo, na partilha de amor, que permaneço em Ti. Ajuda-me, pois, a “ficar em Ti” dando-me aos outros.

4. O que a Palavra faz em mim

– Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, em Ti redescubro o amor. Como teu amigo, vivo a alegria e experimento liberdade. É no louvor que Te respondo. É na gratidão que Te contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES

– Saber-me amado por Deus gera em mim alegria?
– O cuidado pelos outros é expressão desse amor?
– Tenho consciência que o cristianismo só se “pratica” na caridade?

UM PENSAMENTO

“Não podemos fazer grandes coisas – só coisas pequenas com grande amor.” (Santa Teresa de Calcutá)

UM DESAFIO

Pedir ao Espírito Santo a graça de amar os outros como Cristo me ama.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Eis-me herdeiro
por testamento teu
tendo o Evangelho como notário
e o amor por único espólio.
Com ele não se abarrota bolsas,
mas guarnecem-se corações.

Do Pai para Ti, até chegar a mim,
o Amor como um rio, que escoa
entre meandros de tempo e espaço,
abraçando-me por dentro,
esbracejando-se para fora.
A Ti regressa, abundado
naqueles que, a meu lado,
encontro e reconheço
como legítimos depositários
deste legado teu.

UMA CANÇÃO

Maite López – Amando hasta el extremo

Uma proposta do Rev. Pe. Serafim Reis, Sac. Diocesano