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XXVII Domingo Comum (B) – Lectio Divina

SONHO DE DEUS

Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto

– Leio pausadamente Mc 10, 2-16.
– Sublinho e anoto o mais significativo.
Questionado sobre o divórcio, Jesus remete para o projeto original de Deus. Depois, instrói os discípulos sobre as exigências do amor, indicando a criança como modelo do Reino.

2. O que me diz Deus

– Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
“No início” Deus quis o homem e a mulher como seus colaboradores. Pelo amor, somos continuadores da sua obra. O matrimónio, como sacramento, mais que um direito é uma missão: deixar de se ter como centro, reservando-o ao outro. Como Cristo, a vida seja dada, no sentir, pensar e agir. É o amor que nos faz existir no outro. Desistir de amar é padecer “esclerose de coração”, é atraiçoar-se. Daí, Jesus apresenta os “pequeninos” como exemplo: para estes, o amor é o bem maior. É-o para mim?

3. O que digo a Deus

– Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, também eu sofro de “dureza de coração”. Quantas vezes me fecho sobre mim, por reação ou prevenção. Por medo, afasto-me dos outros, deixando de confiar, de construir juntos. Por me sentir ferido, golpeio, repudio. Mas sem amor não se vive. A tentação fácil é mendigar o amor, aqui ou acolá, descomprometido ou com coração duplo. Tão longe do teu projeto para mim, para todos, cura-me desses desamores.
Não permitas que eu separe o que unes, em mim e nos outros. Tua obra em cada um seja preservada. Nem tampouco deixes que julgue quem não o tenha evitado. Pelo contrário, concede-me compaixão e disponibilidade para acolher e cuidar suas feridas. Mantém-me vigilante sobre o meu coração. Nele, não transgrida nem adultere o teu sonho. Como criança, acolha eu o teu Reino.

4. O que a Palavra faz em mim

– Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, salvaguarda-me de amar superficialmente. Pelo teu amor por mim, eu Te louvo e agradeço. Com o meu amor, ainda que frágil, contemplo-Te e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES

– Reservo ao outro o centro do meu coração?
– Tenho o amor como missão?
– Como olho e acompanho as pessoas divorciadas?

UM PENSAMENTO

“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.” (Antoine de Saint-Exupéry)

UM DESAFIO

Pedir ao Espírito Santo a graça de ser um com Deus e com o(s) outro(s).

UMA ORAÇÃO-POEMA

Ser um só, conTigo
com o outro, a meu lado.
Ser uno, comigo
sem ninguém repudiar
sem me adulterar
por vis licitudes
que dividem e separam.
Reacende-me antes
o coração e a vida
dentro, soerguida
renovada e indivisa.
Saciarei de fome
meu trémulo amor
lotando-o de cuidados
pois, de tão frágil
precisa unir-se
a Ti… no outro.

UMA CANÇÃO

Warren Barfield – Love is not a fight

Uma proposta do Rev. Pe. Serafim Reis