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Zona Centro: Dioceses reúnem clero em jornadas de formação – Dia 03

Formação do Clero – Notas – tópicos gerais

Fátima – 01 de fevereiro 2024 – Dia 3

O terceiro dia começou com duas palestras do padre Paolo Asolan, que foi ordenado sacerdote em 1993 pela Diocese de Treviso. Desde há alguns anos que se encontra em Roma, Diocese na qual se incardinou em 2018 e onde desde esse ano é encarregado do serviço para a formação permanente do Clero.

A primeira intitulada: “Da Pastoral de manutenção à condição de discípulos missionários”. Abordou o ser discipulado missionário que não pode ser simplesmente um fácil e belo slogan, que rapidamente se pode substituir. Mas, antes, disse, que deve antes olhar esta condição numa perspetiva de ação concreta e estruturante. Os desafios que vivemos e o tempo de uma nova missão (o grande paradigma da Evangelii Taudium), são ocasião favorável de recentrarmos o que somos e aquilo que somos hamados a fazer em perspetiva missionária.

No nosso quotidiano de pastores, o mesmo de todas as outras pessoas, queremos dar o significado evangélico às experiências fundamentais da vida. Somos Fratelli Tuti! Procuramos discernir a obra do Espírito entre nós e orientamo-nos para a decisão de sermos discípulos missionários.

Na segunda palestra, “O lugar do Pastor no discernimento das comunidades cristãs”, o padre Paolo Asolan, referiu que vivemos uma realidade social e eclesial onde irrompem sinais que nos desafiam a elaborar orientações e critérios de ação que nos façam passar de simples gestores do tempo e situações, a verdadeiros líderes que orientam para o futuro, promovendo a partilha de uma visão comum.

Sem a força e a luz do Senhor, sem a coragem que o Ressuscitado nos transmite, arriscamo-nos a deixar os problemas à porta e a esgotarmo-nos em gerir frustrações e derrotas. O desafio é o de ser discípulo de Jesus nestas apertadas “curvas” da história. Vivendo-as, não como uma crise da nossa época, mas como experiências sobre as quais exercitar o discernimento e a liderança. Para tal, e à luz das perspetivas abertas pela Evangelii Gaudium, procuramos um método adequado que nos situe decididamente na vida do quotidiano da pessoa humana que a Igreja é chamada a servir. Nesta missão procuramos o lugar do pastor no discernimento, dom do Espírito.

Durante a tarde o atlier: “Organização territorial das comunidades”, orientado pelo professor Joaquim Brigas, salientou que a organização da Igreja, desde há vários séculos, assenta numa lógica territorial, fundamentalmente, com três dimensões: dioceses, arciprestados e paróquias.

Neste ateliê o orador analisou a evolução operada em Portugal, nos últimos 70 anos, com especial enfoque no número de paróquias, sua população e diversidade dentro de cada diocese e no todo do país. Deixou-se uma sugestão de atividade prática, centrada na reflexão e propostas de caminhos para a renovação de organizações territoriais tão assimétricas, existindo paróquias com menos de 100 fiéis e outras com dezenas de milhares de pessoas. Tendo em conta a plateia, aproveitou para deixar pista de reflexão sobre: que propostas para as pequenas paróquias? Que propostas para as paróquias com muita população? Como conciliar a dimensão territorial e novas formas de organização?

No Atlier sobre “Discernimento pastoral das comunidades”, o padre Héctor Figueira, que se formou na Escola Teológica do Funchal, na Universidade Católica Portuguesa (Lisboa, 1997) e na Pontifícia Universidade Lateranense (Roma, 1999), fazendo parte de: comunidades de formação dehonianas (1986-1991); Seminário Maior de Nossa Senhora de Fátima, do Funchal (1991-2010); Secretariado Diocesano de Pastoral; Conselhos Presbiteral e de Arciprestes; e associações de fiéis.

No desenvolvimento do tema referiu que «Não vos acomodeis a este mundo. Pelo contrário, deixai-vos transformar, adquirindo uma nova mentalidade, para poderdes discernir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que lhe é agradável, o que é perfeito» (Romanos 12, 2). Trata-se do discernimento na práxis comunitária, o qual se torna premente, sobretudo, quando os esquemas e os modelos do passado se mostram desadequados e insuficientes.

«Mas o que quer dizer fazer discernimento? Significa tornar-nos sensíveis à ação do Espírito na comunidade dos homens de hoje, para favorecer aquelas realidades e processos que aparecem movidos pelos Espírito de Deus, e para desmascarar e contrastar aquelas realidades e processos culturais que aparecem contrários ao espírito evangélico».

Apontamentos e fotografias – Paulo Caetano, Diác.